Aos amantes e amados

Segredos e desejos de almas a procura de serem...somente..simplesmente...Felizes...

quarta-feira, 10 de março de 2010

Conto para as meninas...


Dias de caça

Capítulo 1

Conto escrito por Carminha Nunes
Conteúdo do site VIVA! MAIS
Dias de caça
Como termina a aventura dessas três
amigas solteiras e caçadoras?
Ilustração: Ana Bento
Havia uma euforia explícita naquela manhã de quarta-feira na frente da minha casa. Era janeiro e eu e mais duas colegas - Vera e Anna - finalmente transformaríamos em realidade o sonho que por tanto tempo acalentávamos: viajar juntas de férias. No tão cobiçado momento de entrar no meu carro e partir, um tremor de excitaçãotomava conta de nós. 'Naty, essa será a maior loucura que já fizemos na vida. Nunca imaginei que iríamos levar adiante a ideia maluca de viajar até o Nordeste de automóvel!', comentou Anna.

Nem eu. Havíamos planejado aquela aventura de duas semanas no ano anterior. Um dia, enquanto aguardávamos nossa vez no salão de beleza, Vera comentara a respeito do seu desejo de sair pelas estradas do Brasil afora. Eu e Anna revelamos ter a mesmíssima vontade. Pronto! Entre um corte de cabelo e outro, decidimos: vamos realizá-la!

Escolhemos a quarta-feira, coincidentemente o terceiro dia desde o início de nossas férias no trabalho, para iniciar a emocionante jornada rumo ao desconhecido. Eu sempre fora uma boa motorista, mas confesso que estava com receio. 'Que tipo de gente e situações vamos encontrar no caminho?' pensava. Afinal de contas, três mulheres dentro de um carro poderiam ser alvo fácil para criminosos ou algo assim. Guardei minha Bíblia dentro do porta-luvas e pedi por proteção divina para que tudo corresse bem na viagem.

Como éramos as três solteiras e desimpedidas, não houve resistência alguma para que fizéssemos a viagem. Nossos pais bronquearam no início, mas sabiam que todas tínhamos mais de 30 anos, podíamos nos virar bem. Maduras, decididas e valentes. Era assim que nos sentíamos naquela manhã enquanto guardávamos nossas coisas dentro do meu carrinho popular, estacionado
diante do meu prédio. 'Naty, você acha que só seis pares de biquínis bastam?', indagou Anna. Eu ri. Não foram só as peças de praia que entraram em meu carro, mas mochilas e mais mochilas estufadas de roupas, perfumes, livros, comidinhas, maquiagem, absorventes e um monte de outras coisas que mulher costuma carrega numa viagem. 'Pronto, agora podemos ir!', declarei assim que acomodamos a última bagagem no apertado porta-malas.

Nas mãos, meu mapa rodoviário. Na cabeça, desejos passionais. Não estávamos atrás apenas de lindas paisagens, praias paradisíacas ou lugares ermos e desconhecidos. Tínhamos uma intenção maior em todo esse projeto. Lógico, não comentamos com  nenhum amigo sobre elas. Para eles e nossos parentes, as três malucas cruzando parte do país de carro queriam apenas fazer  turismo exótico e relaxar da dura vida que levavam na cidade. Mas, na verdade, não era bem assim...

Quatro horas de estrada depois de nossa partida, paramos num posto para abastecer o carro e comprar mais algumas coisas - quem resiste às lojas de conveniência?. Anna, que vestia uma blusinha leve, transparente, quase libertadora, foi a primeira a comentar sobre o real objetivo que nos levava àquilo tudo. 'Como eles serão, hein? Bonitos, feios, simpáticos, jovens, coroas, ricos, pobres...?' Imediatamente caímos na gargalhada. Ora, no fundo, tínhamos exatamente a mesma pergunta em mente.

Portanto, prepare-se, querida leitora, pois aqui começa o diário de bordo de Naty, Anna e Vera. Três mulheres que decidiram pegar a estrada atrás de um único objetivo: conhecer o maior número de homens interessantes possível uma única viagem.

Naquele primeiro dia, parecíamos adolescentes. Eufóricas e excitadas com a ideia de estarmos longe de nossos pais, desfrutávamos a sensação de poder voar livres - como aqueles lindos pássaros que pairavam sobre a rodovia. Enquanto eu dirigia, Vera e Anna fofocavam sobre nossas amigas e comentavam a novela das oito. Vez por outra, o assunto resvalava no tema homens! 'O Ruiz tinha uma ferramentinha...', zombou Anna, referindo-se a um cara que insistia em dar em cima dela no escritório. Todas gargalhamos. 'É verdade, gente! E ele achava que estava arrasando. Nós nunca ficamos, de fato, mas, certa vez, numa festa da firma no clube, ele ficou se exibindo de sunga na piscina. E querem saber? Quase não vi volume nenhum!', insistiu, fazendo-nos rir ainda mais daquela história bizarra.

Vera era a mais acanhada do trio. Tinha se separado recentemente de Marcos, dono de uma loja de material de construção. A razão? Após seis meses de namoro (!), ela descobriu que ele era casado. 'Aquele desgraçado me enganou direitinho. Chegou até a falar que um dia poderíamos juntar nossas coisas de vez...', relembrou, com certa amargura. Tratei de mudar o rumo da conversa antes que o clima no carro pesasse. 'Vocês repararam num loirinho lindo que estava no último posto em que
paramos?', murmurei, maliciosa. Pronto, o papo animou de novo.

Após oito horas ao volante, parei num pequeno hotel à beira da estrada para jantar e dormir. No dia seguinte, retormaríamos a viagem. 'Parece limpo e familiar', comentei, enquanto estacionava. 'Um quarto triplo, por favor', pedi ao rapaz da recepção. Ele nos mediu dos pés à cabeça e sorriu maliciosamente. Ignoramos seu tom obviamente sacana, preenchemos as fichas, pegamos a chave e subimos para o apartamento. De tão vazio, o hotel parecia meio mal-assombrado. 'Notaram que só há
o nosso carro no estacionamento?', comentou Vera, sombria. Rimos do medo dela.

Após uma sessão de banhos, secagem de cabelos, lanches e TV, fomos dormir... e percebemos que não estávamos sozinhas naquele lugar. Gemidos intensos vinham do quarto ao lado. Uma voz masculina e outra feminina. As paredes finas nos proporcionavam uma quase interação com o que acontecia ao lado - no caso, a transa de um casal de desconhecidos.

Controlando a imensa vontade de rir, pegamos os copos do frigobar e colocamos na parede para escutar ainda melhor. 'Isso, vadia, faz gostoso', o cara ordenava. A mulher gemia muito alto, parecia estar chorando. De repente, a ouvimos gritar alto, muito alto. 'Estou gozando, meu amor, não pare!' falou, como se aquela fosse a última frase de sua vida. Ele, claro, não parou e urrou também.

Nós, do outro lado da parede, nos entreolhávamos. Havia uma mistura de curiosidade, diversão e um bocadinho de inveja daquela moça. No dia seguinte, precisávamos ter a mesma sorte que ela, ou pelos menos, encontrar alguém que se dispusesse a nos fazer tão felizes e plenas naquela longa viagem.

Na manhã seguinte ao show de sexo do casal do quarto ao lado, voltamos à estrada. Um calor danado nos inspirou a dirigir usando... biquínis. O sucesso do visual inusitado foi imediato: vááários caminhoneiros passavam buzinando, gritando “gostosas”, fazendo sinal para pararmos. Nós, que não éramos malucas, ignorávamos, claro! Apesar de rude e primitivo, aquele comportamento nos excitava. Era mesmo o que buscávamos: ser admiradas, sentirmo-nos poderosas...

Finalmente, aportamos no primeiro point do roteiro: Prainha de Japerá. Ao chegarmos, a brisa marítima invadiu nossas narinas e Anna gritou, empolgadíssima: 'Preparem-se, rapazes!'. Estacionei perto de uma pousada e lá mesmo nos instalamos. Após arrumarmos nossas coisas, fomos conhecer a praia. Três surfistas se exibiam, caprichando nas manobras sobre o mar verde e bravo. 'Que gatos!', comentei, enquanto me estirava na areia.

Curtimos ali a tarde toda, até que os rapazes saíram da água e vieram em nossa direção. Sem cerimônia, sentaram ao nosso lado e puxaram papo. Talvez tenham percebido nosso clima de altíssima receptividade. Até mesmo Vera, que não parecia ter se animado com nenhum dos moços no início, logo se empolgou. Aos poucos, cada uma de nós dava mais atenção ao seu escolhido.

Papo vai, papo vem, descobrimos que estavam na nossa pousada. Voltavam de uma temporada no Nordeste e aproveitavam para pegar as últimas ondas. Quando contamos que íamos na direção oposta, lamentaram. Mas combinamos um luau naquela noite. 'O brother aqui toca violão bem pra caramba!', disse o mais delicioso deles, Tadeu - no caso, o que eu estava paquerando! Os risinhos nervosos que eu e as meninas dávamos enquanto nos arrumávamos explicitavam nosso grau de excitação. 'Será que vai rolar?', perguntei. Pelo olhar empolgado das minhas colegas, certeza que sim.


Quando voltamos à praia, a fogueira já estava acesa. Os meninos tocavam violão e bebiam cerveja. Nos juntamos a eles e oferecemos uns salgadinhos. Aos poucos, o clima esquentou e os carinhos começaram. Cada casal ficou se curtindo, aos beijos e abraços. Meu escolhido? Tadeu, claro! Ele me convidou para dar uma volta pela praia escura. Meu sinal de alerta acendeu. 'E se ele for um maníaco?'. Sugeri que apenas fôssemos à pousada buscar mais cervejas. Mal conseguimos chegar de roupa no quarto. A bermuda de Tadeu parecia que iria rasgar a qualquer momento, tamanha excitação! Ágil, pôs a camisinha, abriu minhas pernas e fez o que eu tanto pedia.

No início, com delicadeza. Aos poucos, o ritmo aumentou e seu lado mais primitivo veio à tona. Completamente fora de mim, eu pedia mais e mais. Minhas unhas cravaram em suas costas quando cheguei ao orgasmo. Ele me beijou com força quando chegou o dele. Ficamos abraçados por um tempo, quietos e suados. Não falamos nada enquanto nos vestíamos. De volta ao luau, vi os outros dois casais deitados em pontos diferentes da praia escura. 'Tem cerveja no isopor?', Tadeu me perguntou displicente, como se nada tivesse acontecido entre nós. E eu não me incomodei nem um pouco com isso...

Quando voltamos à estrada, um incômodo silêncio se instalara no carro - raridade entre tagarelas como nós. Vez ou outra, uma assobiava ou cantarolava algo, mas nenhum papo fluía. Decidi quebrar o gelo. 'Meninas, o que está acontecendo? Parece que acabamos de sair de um velório!', brinquei. Anna sorriu amarelo. 'Acho que já estamos com saudades daquele lugar...', justificou. 'Daquele lugar ou daqueles homens?', insisti.

Finalmente, caímos na gargalhada. Foi o estopim para que o muxoxo acabasse e todas começassem a contar sobre seus amantes, falando sem parar, como sempre fazíamos quando estávamos juntas. 'Nossa, aquele João Pedro era muito nervoso! Tinha uma língua... Ai, ai, ai!', murmurou Vera, maliciosa. Anna não se fez de rogada e comentou sobre seu paquera. 'A camisinha mal coube nele...', brincou, fazendo um gesto com as mãos para ilustrar bem o dote do rapaz. Chegou, então, minha vez. 'Tadeu foi legal. Eu me senti um pouco inibida no começo. Achei que ele tinha apressado um pouco o passo, mas relaxei e aproveitei.'

Durante 100 quilômetros falamos de nossos amores, até que avistamos a placa da próxima praia onde iríamos nos hospedar por alguns dias. Coincidência, ou não, ela se chamava Praia dos Amores. Lindos coqueirais se estendiam no percurso. O mar exibia uma cor verde-esmeralda absolutamente fascinante. Uma cálida brisa bateu em nossos rostos, movimentando nossos cabelos e nossos sonhos. Parecia que estávamos entrando em algum tipo de Ilha da Fantasia, tal a beleza daquele lugar. 'Nossa, será que acharemos hospedagem barata aqui?', perguntei.

Assim que encontramos uma pousadinha com cara de acessível, estacionei. Um rapaz moreno e magro nos atendeu na recepção. 'Vocês são sortudas: só temos um último quarto vago. Está acontecendo um festival de música nos arredores e, por isso, todas as pousadas estão lotadas', falou. Opa, festival de música? Com certeza, uma porção de gente estaria por ali. Ou seja, muitos rapazes. A informação, claro, nos causou frisson.

Após nos instalarmos, levamos nossas cangas e sacolas para a areia. Diante daquele mar lindo e calmo, tomamos sol e fofocamos. Aos poucos, notamos um movimento crescente de rapazes indo para a pousada. 'Nossa, até agora não vi nenhuma mulher. Ótimo, concorrência zero!', comentei. 'Naty, você não presta', responderam em uníssono.

A areia mais parecia uma passarela: rapazes magros, bonitos, elegantes e interessantes para lá e para cá. 'Nossa, olha o tanquinho daquele ali', comentou Vera sobre um mulato maravilhoso, que ficava ainda mais maravilhoso numa sunga branca que marcava seu lindo corpo. 'Mas, espera aí: tem dois ali se beijando!' observei, de repente. Foi, então, que notamos o porquê da maioria daqueles moços sequer notarem três meninas bonitas, de fio-dental, dando a maior sopa naquela praia. Quando voltamos à pousada, o balconista confirmou: 'Ah, esses hóspedessão de um cruzeiro gay que passou por aqui. Eles lotaram a praia, né?'. Rimos feito doidas daquele mal-entendido e, claro, decidimos pegar a estrada assim que amanhecesse. Precisávamos ir atrás de nosso público-alvo

Praia da Esperança. Era a última onde pararíamos antes de fazer o caminho de volta rumo a São Paulo. Havia lido em vários guias de viagem que se tratava de uma das mais paradisíacas do Brasil. Pouco habitada, ainda não fora invadida pelo turismo predatório, que desrespeita a natureza, deixando lixo na areia e poluição no mar. De tão rústica, não tinha nem pousada.

Prevenidas, levamos uma barraca de camping no porta-malas: seria nossa habitação por aquela noite. Assim que a estradinha sinuosa de terra terminou, deparamo-nos com uma visão indescritível! A água mais verde e cristalina que já havíamos visto dançava com a brisa do mar formando ondas suaves e harmoniosas.

Para contrastar, dunas enormes de areia macia e fina. 'Chegamos ao paraíso', murmurei. Não havia ninguém lá, a não ser... nós! Era uma sensação boa e, ao mesmo tempo, estranha. 'Pô, nem uma barraquinha, nada!' brincou Anna, diante daquele lugar tão solitário. Com certa falta de habilidade, conseguimos, finalmente, montar a tal barraca. Era a nossa primeira vez. 'Até parece um chalezinho', divertiu-se Vera. Decidimos caminhar para ver se achávamos uma bica ou algum lugar onde pudéssemos tomar um banho de água doce.

Nessa expedição, encontramos pelo caminho alguns restos de fogueira e sinais de que outras pessoas haviam passado por ali recentemente. Meia hora depois, estávamos numa linda cachoeira, um bocado afastada do mar. 'Vocês não acham que pode ser meio perigoso ficarmos num lugar assim, tão ermo?', indagou Vera, enquanto se preparava para entrar debaixo da cascata de água fria.Foi a primeira vez que aquele pensamento me veio à cabeça. Talvez minha amiga tivesse razão. Estávamos só nós três ali, numa barraquinha.

Durante o dia, tudo parecia calmo, mas... e à noite? 'Vocês estão com receio?', perguntei. As duas me olharam sérias. O frenesi inicial parecia estar indo embora junto com os ventos que moldavam aquelas dunas. Terminado o banho de cachoeira, decidimos desmontar a barraca e ir embora. 'Vamos ficar na praia do Calcário, que parece ser mais movimentada. Ela fica a apenas uns 30 quilômetros daqui', falei, apontando o lugar no mapa. A ideia de ter gente por perto nos animou e lá fomos nós,
novamente alegres e empolgadas.

Assim que paramos o carro numa simpática pousadinha, vimos todo o movimento na praia. Galera jogando futebol na areia, meninas se bronzeando e rapazes se exercitando. Naquela noite, já estávamos íntimas de algumas figuras e, por isso, participamos de um delicioso luau. Foi lá que conheci Gustavo, um baixinho, gordinho, nada atraente.

Ao contrário de seus amigos sarados, não gostava de ficar sem camisa. 'Não estou com essa bola toda!', brincava. Enquanto eu iniciava uma conversa gostosa com ele, Anna e Vera interagiam com dois primos, ambos da turma dos malhados. Tudo aconteceu como prevíamos: dança, papo jogado fora e sexo sem compromisso. Quer dizer, tudo aconteceu como elas previam, porque eu... Ah, eu senti que estava me apaixonado de verdade por aquele baixinho parrudo!

'Naty, mas ele é tão sem graça...', disseram Anna e Vera, em coro, quando desabafei o que vinha sentindo por Gustavo. 'Tem aquela cor amarelo-escritório e umas dobrinhas a mais na barriga', ironizou uma delas. Fiz um muxoxo. Pouco me importava: estava mesmo interessada no moço.

Ele devia ter a minha altura, era mais gordinho do que a média dos rapazes com quem havia ficado na vida e circulava num carro popular. 'Não sou nada atraente, eu sei, mas compenso nas habilidades', brincava. As bobagens que dizia e a maneira como enxergava a vida me mantinham entretida, feliz. Na real: Gustavo me divertia mais do que qualquer outro homem que conhecera - naquela viagem e fora dela.

Era nossa última noite naquela praia antes de pegarmos a estrada sem parada para nossas casas. Minhas amigas não saíram do quarto dos dois primos. Já eu e Gustavo preferimos fazer uma boa caminhada. O tempo estava nublado e havia esfriado um pouco. Decidimos aproveitar para nos exercitar, relaxar e conversar. 'Você mora perto de mim!', disse, de repente. 'Moro?!', perguntei, surpresa. 'Sim, suas colegas falaram o bairro de vocês. O meu é próximo!', comentou, com um sorriso maroto. Não dei pinta, mas me senti feliz por saber daquilo. 'Você já teve muitas namoradas?', perguntei, sentindo sua mãe suada e gorducha segurar a minha com firmeza. 'Poucas. Não sou o tipo preferido das mulheres!' devolveu, com aquele ar tímido e, ao mesmo tempo, honesto que tanto me seduzia.'Não generalize', falei, antes que pudesse perceber minha cara-de-pau. Ele abriu um sorriso de orelha a orelha e me beijou.

Ah, que beijo! A língua de Gustavo tinha alguma coisa. Parecia pura eletricidade. Só de senti-la tocando a minha, balançando numa coreografia lasciva dentro de minha boca, eu perdia o fôlego de excitação. Como ele fazia aquilo tão fácil?! Sem ninguém por perto, logo nos embrenhamos na mata e tiramos nossas roupas. A camisa dele forrou o chão onde fizemos amor. Enquanto eu colocava o preservativo em seu membro rígido - e, confesso, de bom tamanho - sentia suas mãos me acariciando com doce safadeza.

Sua língua? Ah, sua língua, atuava entre minhas pernas com a destreza que todos os homens do mundo deviam ter. Sim, pois muitos deles esquecem que nós, mulheres, também queremos gozar. Sexo é troca, não é um jogo onde somente eles ganham. A regra é clara: os dois devem sair satisfeitos da partida. Gustavo sabia disso e compensava qualquer falta de beleza com aquela boca, aquele membro e aquele toque.

Olhando bem para seu rosto contorcido e vermelho enquanto gozava, tive uma sensação mágicanaquela praia. Era ele! O homem que tanto queria encontrar na vida era aquele gordinho que, como quem não queria nada, se soltava e se tornava um gigante.

Após um orgasmo louco, ouvindo ao longe o som das ondas que quebravam na praia, conclui: meus dias de caça podiam estar muito perto de chegar ao fim!



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